Setembro Amarelo e saúde mental no trabalho: um alerta para bancários e trabalhadores brasileiros

setembro amarelo bancários

O Setembro Amarelo é a maior campanha de prevenção ao suicídio no Brasil. O mês é dedicado a falar de saúde mental, combater preconceitos e estimular o pedido de ajuda. Mas, além da conscientização, é preciso olhar para a realidade: cada vez mais trabalhadores estão adoecendo por causa do ambiente de trabalho. E entre os mais atingidos estão os bancários, que enfrentam forte pressão por metas, assédio moral e sobrecarga de tarefas.

A crise da saúde mental no trabalho no Brasil

O país vive uma verdadeira epidemia de adoecimento psicológico ligado ao trabalho. Em 2024, foram registrados 472 mil afastamentos por transtornos mentais, um aumento de 68% em relação ao ano anterior, o maior número dos últimos dez anos. Depressão, ansiedade e estresse ocupacional estão entre os principais motivos de afastamento.

Esses dado, fornecidos pela Previdência Social, revelam uma realidade alarmante: empresas de diferentes setores estão levando seus funcionários ao limite, sem garantir o devido cuidado à saúde mental.

Os bancários são os mais afetados

Quando se trata da categoria bancária, o cenário é ainda mais preocupante. Em 2024, as doenças mentais representaram 55,9% dos afastamentos acidentários e 51,8% dos previdenciários na categoria.

Nos últimos dez anos, os afastamentos por transtornos mentais entre bancários cresceram 168%, passando de pouco mais de 5 mil casos em 2014 para mais de 14 mil em 2024. Ao mesmo tempo, o quadro de funcionários foi reduzido, aumentando a pressão e o acúmulo de tarefas.

Uma pesquisa feita pela Contraf-CUT em parceria com a UnB mostrou que 80% dos bancários relataram algum problema de saúde relacionado ao trabalho. Destes, 40,2% estavam em tratamento psiquiátrico, e 91,5% utilizavam medicamentos controlados. Ou seja, trata-se de uma categoria adoecida, exausta e que precisa de acolhimento urgente.

Setembro amarelo: sinais de adoecimento mental no trabalho

É fundamental que o trabalhador reconheça os sinais de alerta para buscar ajuda. Entre os bancários, alguns sintomas aparecem com frequência:

  • Preocupação constante com o trabalho
  • Cansaço e fadiga contínuos
  • Crises de ansiedade ou pânico
  • Dificuldade para dormir, inclusive nos fins de semana
  • Falta de vontade ou motivação para trabalhar

Se esses sinais aparecerem, é hora de procurar suporte médico e psicológico, além de acionar o sindicato da categoria.

Por que os bancários adoecem mais?

O modelo de gestão dos bancos tem grande responsabilidade nesse cenário. Alguns dos principais fatores que levam ao adoecimento mental na categoria são:

  • Metas abusivas e cobranças excessivas
  • Gestão autoritária e assédio moral
  • Terceirização e insegurança no emprego
  • Falta de reconhecimento e valorização

Esses elementos, somados ao medo constante de demissão e à pressão por resultados, criam um ambiente hostil que corrói a saúde dos trabalhadores.

Setembro amarelo: saúde mental é direito de todos os trabalhadores

O Setembro Amarelo nos lembra da importância de falar sobre saúde mental e de reconhecer que o trabalho não pode ser fonte de sofrimento. No setor bancário, em especial, é urgente enfrentar o problema e criar ambientes mais saudáveis e humanos.

Se você é trabalhador e sente que está adoecendo por causa do trabalho, procure ajuda. Converse com o seu médico, acione o seu sindicato e, se necessário, busque apoio jurídico. Sua saúde mental é um direito, e cuidar dela é um passo essencial para preservar a vida.

Em caso de dúvidas, entre em contato com um dos nossos escritórios pelos links de WhatsApp ao lado.

CBN: Fabiana Oliveira aborda os direitos trabalhistas inerentes à tragédia de Quatro Barras

🚨 A tragédia em Quatro Barras levantou uma questão delicada: o que a lei prevê quando um(a) trabalhador(a) perde a vida em um acidente de trabalho?

Embora a legislação trabalhista não tenha um capítulo exclusivo sobre morte do(a) contratado(a), a advogada Dra. Fabiana Baptista de Oliveira, do escritório Gasam Advocacia, explica que as famílias podem recorrer à Justiça para garantir seus direitos.

“Os valores relacionados à atividade profissional e à indenização por danos materiais, como pensão, são pagos aos dependentes habilitados no INSS. Se não houver dependentes, os(as) herdeiros(as) também têm acesso, sem necessidade de inventário, seguindo a mesma regra usada no saque do FGTS em caso de falecimento”, detalhou a advogada, em entrevista à rádio CBN, de Curitiba.

Além disso, parentes podem procurar o Ministério Público do Paraná, que disponibilizou canais diretos:

📞 (41) 3250-8879
📞 (41) 3250-8878
✉️ alaraujo@mppr.mp.br (Promotor de Justiça)

Sobre o seguro de vida, a especialista lembra que a lei não obriga as empresas a oferecerem, salvo se previsto em convenções coletivas. “Mas, mesmo sem seguro particular, a companhia continua responsável pela indenização em caso de acidente. Essa proteção está prevista no artigo 7º da Constituição Federal e faz parte da cobertura da previdência social”, reforça.

E não apenas os com carteira assinada têm respaldo: trabalhadores(as) em regime de Pessoa Jurídica (PJ) também contam com amparo pelo Código Civil, com a diferença de que não recebem verbas trabalhistas.

Confira a entrevista completa no site da CBN.

BAND: Thayla Oliveira aborda o corte de instituições irregulares que ofereciam crédito consignado ao INSS

O INSS cancelou a autorização de oito instituições financeiras que ofereciam crédito consignado a aposentados(as) e pensionistas, após constatar irregularidades no atendimento, especialmente no descumprimento do programa “Não Perturbe”, que deveria impedir ligações indesejadas com ofertas de créditos.

Na semana passada, a advogada Thayla Oliveira, em entrevista ao Band Cidade (PR), explicou mais sobre o assunto. “Geralmente, essas empresas precisam se inscrever no programa para não incomodar o destinatário, respeitando horários e evitando ligações a idosos(as) ou pessoas enfermas, que não podem ser perturbadas por esse tipo de abordagem”, explicou.

As instituições descredenciadas só poderão retomar suas atividades se se adequarem às normas e recontratarem o serviço de bloqueio de chamadas. É a primeira vez que o INSS rompe esse tipo de parceria com bancos e financeiras, reforçando o rigor na fiscalização do crédito consignado.

Thayla Oliveira reforçou ainda que as entidades idôneas estão cadastradas dentro do acordo de cooperação técnica com a Previdência. “É possível verificar pelo CNPJ, no portal do INSS ou do Ministério do Trabalho, as instituições confiáveis”, relatou.

O alerta é claro: aposentados(as) e pensionistas devem ficar atentos a qualquer movimentação como essa. Se você é segurado(a) e tem dúvidas sobre empréstimos consignados ou recebeu ligações indevidas, busque ajuda de um(a) advogado(a) especializado!

Confira a matéria completa:

Banda B: Fernando De Bona aborda as regras da licença-paternidade

A licença-paternidade é um direito garantido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pela Constituição Federal. Inicialmente, ela previa um dia de ausência justificada sem prejuízo do salário na primeira semana após o nascimento do filho.

Com a Constituição Federal de 1988, o direito à licença-paternidade foi ampliado para 5 dias corridos. Mas, empresas participantes do Programa Empresa Cidadã podem oferecer até 20 dias.

Na semana passada, o Dr. Fernando De Bona concedeu entrevista à Rádio Banda B para falar sobre o assunto. Ele comentou sobre a aplicação do direito no dia a dia e apresenta os projetos que visam ampliar esse período.

“A licença-paternidade e a licença-maternidade são benefícios que têm relação direta com o bem-estar do recém-nascido. O objetivo não é oferecer descanso aos pais, mas permitir que eles se afastem do trabalho para priorizar o filho”, destacou o advogado.

Ele ainda acrescentou que em um contexto de busca pela igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, dentro e fora de casa, é fundamental que a licença-paternidade e a licença-maternidade, se não forem iguais, sejam ao menos muito próximas.

Estabilidade pré-aposentadoria dos bancários: entenda seus direitos e como garantir essa proteção

bancário estabilidade

 

Você sabia que bancários próximos da aposentadoria têm direito à estabilidade no emprego? Esse é um benefício previsto na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, e pode fazer toda a diferença na vida de quem está prestes a se aposentar. Neste artigo, vamos explicar o que é a estabilidade pré-aposentadoria, quem tem direito, como garantir o benefício e quais cuidados tomar para não perder esse direito.

O que é a estabilidade pré-aposentadoria?

A estabilidade pré-aposentadoria é uma proteção oferecida ao trabalhador que está perto de completar os requisitos para se aposentar. Na prática, ela impede que o empregado seja dispensado sem justa causa enquanto estiver no período de estabilidade. No caso dos bancários, essa regra está prevista na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) assinada entre os sindicatos da categoria e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos).

Quem tem direito à estabilidade?

De acordo com a CCT 2024–2026, têm direito à estabilidade pré-aposentadoria:

Homens e mulheres que estejam a até 24 meses de completar os requisitos para a aposentadoria (por idade ou tempo de contribuição);

Desde que tenham pelo menos 5 anos de vínculo empregatício com o mesmo banco.

Ou seja, o bancário precisa cumprir dois requisitos simultaneamente: tempo de casa e proximidade da aposentadoria. Vale destacar que essa estabilidade se aplica somente à demissão sem justa causa. Ou seja, casos de demissão por justa causa não estão protegidos.

Como o bancário deve solicitar a estabilidade?

A estabilidade pré-aposentadoria não é automática. Por isso, o bancário deve adotar algumas medidas importantes:

  1. Simulação do INSS: O primeiro passo é obter um documento do INSS que comprove a proximidade da aposentadoria. Isso pode ser feito no site ou aplicativo “Meu INSS“, por meio da funcionalidade de simulação.
  2. Comprovação documental: Junto à simulação, é importante reunir documentos que comprovem o tempo de vínculo com o banco – como holerites antigos ou ficha de registro.
  3. Comunicação formal ao banco: Com esses documentos em mãos, o trabalhador deve comunicar oficialmente o RH do banco, por escrito, de que está em período de estabilidade pré-aposentadoria. O ideal é fazer isso com protocolo ou outro meio de confirmação de recebimento.

Quais cuidados o bancário deve tomar?

Muitos bancários perdem esse direito por desconhecimento ou por não comunicarem formalmente o banco. Por isso, é fundamental:

– Acompanhar com frequência sua situação previdenciária no INSS;

Avisar o banco com antecedência, assim que entrar no período de 24 meses antes da aposentadoria;

Guardar cópias de todos os documentos e comprovantes de envio ao banco.

Outro ponto de atenção é que essa estabilidade é diferente da estabilidade comum prevista na CLT. Ela depende exclusivamente da Convenção Coletiva, que pode variar de região para região – por isso, o sindicato da sua base sempre deve ser consultado.

Por quanto tempo dura a estabilidade?

A estabilidade dura até o momento em que o trabalhador adquire o direito à aposentadoria. Ou seja, se ele atinge os requisitos para aposentar em 14 meses, por exemplo, sua estabilidade será válida apenas por esse período – e não pelos 24 meses máximos.

Importante: o trabalhador não é obrigado a se aposentar ao final do período. Porém, a estabilidade não se renova após completar os requisitos da aposentadoria.

O que fazer em caso de demissão indevida?

Se for dispensado sem justa causa, mesmo estando em período de estabilidade, o bancário pode recorrer à Justiça do Trabalho para buscar reintegração ao emprego ou uma indenização equivalente ao período restante de estabilidade.

Nesses casos, é essencial contar com o apoio do sindicato da categoria e de um advogado trabalhista especializado, que poderá analisar a documentação, confirmar os prazos e tomar as providências necessárias.

Conte com apoio profissional

A estabilidade pré-aposentadoria é um direito importante para o planejamento de quem dedicou anos ao setor bancário. Ela garante tranquilidade e evita prejuízos nos momentos finais da carreira profissional.

Se você é bancário e está se aproximando da aposentadoria, não deixe de consultar o sindicato da sua região e contar com a orientação de um advogado trabalhista de confiança. Isso pode garantir a segurança que você merece nessa etapa decisiva da vida profissional.

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Declaração de pobreza: TST facilita o acesso à gratuidade na Justiça do Trabalho 

declaração de pobreza

No dia 14 de outubro de 2024, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) tomou uma decisão histórica que impacta diretamente os trabalhadores brasileiros. O plenário definiu que a declaração de hipossuficiência – a chamada declaração de pobreza – passa a ser o bastante para garantir acesso à Justiça gratuita em ações trabalhistas. A posição dos ministros, acatando uma ação defendida pelo escritório Gasam Advocacia e pelo Ecossistema Declatra, facilita a concessão desse benefício, estimulando o pleito por parte de trabalhadores que não possuem condições financeiras de arcar com os custos de um processo.

Abaixo, explicamos um pouco mais sobre a importância dessa decisão. Confira!

O que é a Justiça gratuita?

A Justiça gratuita é um mecanismo previsto na Lei nº 1.060/1950 e complementado pela Reforma Trabalhista, realizada em 2017. Essa norma isenta os custos processuais, como honorários advocatícios e periciais, aos trabalhadores que comprovam não ter condições financeiras para arcar com essas despesas. Antes de 2017, bastava a declaração de pobreza do reclamante para que a gratuidade fosse concedida.

No entanto, a Reforma trouxe regras mais rígidas. A gratuidade ficou restrita para trabalhadores cujo salário fosse igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. E mesmos estes passaram a arcar com ônus dos chamados honorários de sucumbência, pagos ao advogado da parte vencedora, em caso de derrota no processo.

O impacto da Reforma Trabalhista: o medo de perder o processo

No que tange à gratuidade de Justiça, as alterações iniciadas pela Reforma Trabalhista dificultaram o acesso ao Judiciário, especialmente por parte dos trabalhadores mais vulneráveis. Com medo de serem obrigados a pagar altos custos, muitos trabalhadores simplesmente desistiram de lutar por seus direitos. A exigência de pagamento de honorários, mesmo para quem não tinha condições, desvirtuou uma proteção que deveria, por princípio, garantir a igualdade no acesso à Justiça.

Declaração de pobreza: o reparo do TST 

A recente decisão do TST vem corrigir o desequilíbrio gerado pela Reforma Trabalhista. Essa nova diretriz reflete o entendimento de que o acesso à Justiça não pode ser negado por falta de recursos, reforçando o caráter protetivo da legislação trabalhista. A corte deixou claro que a Justiça Gratuita deve ser concedida a quem declara, de boa-fé, não possuir condições de pagar pelas custas do processo, salvo se a empresa provar o contrário.

O direcionamento representa um marco na proteção dos trabalhadores. Ao restabelecer o peso da declaração de hipossuficiência, o TST reafirma o compromisso com o direito fundamental de acesso à Justiça. Muitos trabalhadores, diante de tantas dificuldades e precariedades no mercado de trabalho, agora se sentirão mais seguros para buscar reparação judicial, sem o medo de enfrentar custos processuais elevados. Além disso, espera-se que esse movimento incentive as empresas a cumprirem melhor suas obrigações, sabendo que o acesso dos trabalhadores à Justiça está assegurado.

Quando a gratuidade pode ser revogada?

Apesar dessa vitória, é importante ressaltar que a Justiça Gratuita não é um benefício automático e irreversível. Ela pode ser revogada caso a empresa prove, durante o processo, que o trabalhador tem condições financeiras de arcar com as despesas. Ou, ainda, se for constatado que o reclamante mentiu ou omitiu informações ao declarar sua condição de pobreza. Isso significa que o trabalhador precisa agir de boa-fé e fornecer informações verdadeiras.

De toda forma, a postura do TST reacende a esperança de muitos trabalhadores que foram impedidos de buscar seus direitos por falta de condições financeiras. A recomposição de moldes mais justos promove uma maior inclusão e justiça social, devolvendo ao trabalhador o direito de lutar por suas causas. Essa vitória reforça que o caminho da Justiça deve estar aberto para todos, independentemente de sua condição econômica.

Caso você tenha dúvidas sobre a possibilidade de ingressar com uma ação trabalhista, entre em contato com os nossos escritórios pelos links de WhatsApp ao lado.